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sexta-feira, 2 de novembro de 2007

A vida imita a arte, a arte imita a morte

O about:black está acidentalmente ficando meio temático. No Dia das Bruxas, meu estimado colaborador postou um susto rural de Dia das Bruxas; no Dia de Finados, o texto é sobre um finado muito peculiar. Infelizmente, neste post, não vai dar pra vocês rirem.¹

Tudo começou quando uma amiga (aquela do post do biscoito da sorte) me passou um e-mail acerca de uma exposição de arte de um cidadão chamado Guillermo Habacuc Vargas, em que uma das obras era um cachorro. Até aí, tudo bem, não tenho ressalvas contra essas extravagâncias avant-garde de expor coisas vivas.

O problema é quando um """artista"""² deixa um animal preso por tempo indefinido, e não o alimenta, deixando que ele morra de inanição.

Esse ser (supostamente) humano acaba de cometer suicídio profissional. Quem conseguirá trabalhar com alguém que faz uma coisa dessas em nome da arte?

Fucei um pouco e descobri que o e-mail era na realidade um post. Lá, há um link que leva um texto enorme, de onde extraí a parte que vem ao caso:
Según supe el perro murió al día siguiente por falta de comida. Durante la inauguración supe que el perro fue perseguido por la tarde entre las casas de aluminio y cartón de un barrio de Managua con nombre de santo que Habacuc que no pudo precisar en el momento. 5 niños de los que ayudaron en la captura recibieron bonos de 10 córdobas por su colaboración. Durante la exhibición algunas personas pidieron la libertad del perrito, a lo que él artista se rehuso. El nombre del perro era (fue) Natividad, y se le dejo morir de hambre a la vista de todos, como si la muerte de un pobre perro fuera un show mediático desvergonzado en el que nadie hace nada más que aplaudir o mirar desconcertado.
Espero que vocês arranhem espanhol. Dá pra deduzir, né?

O e-mail dizia que Guillermo foi "escolhido para representar o seu país na Bienal Centroamericana Honduras 2008", e continha um link de petição on-line para impedir que isso acontecesse. Aí eu pergunto: e eu com isso? Eu tô pouco me lixando a que Bienal ele vai ou não vai, desde que depois vá pra cadeia.

Um pensamento pra fechar: detesto puxar o saco do Tio Sam, mas se fosse nos EUA, a PETA e a polícia já teriam f___do com a vida desse cara de todas as maneiras possíveis.


imagem: http://odia.terra.com.br/blog/gislandiagoverno/images/aperrito4.jpg

  1. Vocês riem nos outros, né? Não respondam.
  2. Sim, entre muitas aspas.

2 comentários:

Paula Travancas disse...

Sério, repugnante esse artista. Me deu náuseas. Mas juro que eu já pensei em algo assim uma vez, de sacanagem. Cortar o rabo de um rato e deixá-lo sangrando e andando em cima de uma folha de papel. Daria uma obra interessante. Porém eu não faria algo assim nem nos meus sonhos mais sádicos (e não, eu não tenho sonhos sádicos).

E mais. Isso tira toda a credibilidade da arte. Como se já não fosse difícil o suficiente saber o que é ou não arte depois de Duchamp (que eu amo, BTW). Chegamos ao niilismo na arte. Só não esperava que o niilismo tivesse que terminar literalmente com morte (de um cãozinho).

cris disse...

Eu rio com os outros sim! E francamente não sei se "ele" pode ser chamado de artista, nem sei se entendo metade dessas "extravagâncias avant-garde". Apenas acho que "tal" artista não deveria ser considerado um.
E não é puxar o saco do Tio Sam reconhecer as coisas boas que tem por lá!