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sexta-feira, 22 de maio de 2009

Fry, Hammy, peçam descafeinado

Todos os três posts de março tiveram seis comentários. 6, 6, 6. Medo.

Esperem, há mesmo um recado (sério) antes do assunto de hoje: a frequência de postagem do a:b se tornou indefinida. Eram dois por semana, depois virou um por semana, aí eu dei um tempo no blog para escrever outras coisas, e agora percebo que é melhor eu soltar quando eu quiser. E nem preciso tomar Activia! Sim, isso pode significar demora, mas há sempre as blogrolls caso os caros leitores queiram ler outra coisa enquanto me esperam atualizar. ;D

Atenção para o spoiler. Esta postagem comenta uma cena do (maravilhoso) filme Os Sem Floresta (Over the Hedge). Eu avisei. Se não viu e pretende ver e não quer saber nada, pule este post.1

Em alguma cena de algum episódio2 de alguma das cinco temporadas de Futurama, obra futurista do mesmo criador dos Simpsons, Matt Groening, há um incêndio enorme e todos se apavoram. Fry vem enchendo a cara de café o episódio todo, e finalmente alcançou 100 xícaras, o que lhe possibilitou bancar temporariamente o Flash e salvar o pessoal em alta velocidade.

Já no clímax de Over the Hedge3, o esquilo hiperativo Hammy é instruído por RJ e Verne a tomar um refrigerantinho cafeinado, que faz o mundo girar mais devagar na percepção dele, permitindo que ele manipule as armadilhas que Gladys mandara Dwayne pôr no quintal, de modo que elas tenham efeito em Vincent, o urso vilão, e não nos três bichinhos herois.

Isso mesmo, duas pessoas salvaram o dia, realizando a mesma proeza sobre-humana (e sobreanimal), ajudados pela mesma droga. Homenagem, pode até ser, mas é parecido demaaaais… Sei lá, a linha que separa a referência do plágio e de náilon e quase invísivel. Mas que fique claro que Hammy veio depois.

imagens:
http://imagecache2.allposters.com/images/pic/HPM/FM290~Fry-Posters.jpg
http://www.myspace.com/joshasagitr


  1. Jamais pensei que diria isso, meu Deus.
  2. Achei: Three Hundred Big Boys, temporada 4, episódio 16. Obrigado, Wiki.
  3. Não lembrava os detalhes de cabeça. Usei esta fonte repleta de spoilers.

domingo, 10 de maio de 2009

Ser underground virou modinha também

Eitcha nois! Quase dois meses de "férias"! Como se tiram as teias de aranha? Comecemos com um brevíssimo comentário off-topic sobre a passagem da tchola mais irreverente do país: NINGUÉM mencionou o comercial proibidão da Suvinil e a ownagem de Paulo Maluf, as duas maiores contribuições dele para nosso país.

Voltando ao post — que já estava pronto há bastante tempo —, hoje trago um assunto associado ao rock, como na última vez, com a Pitty. Mas não tem nada a ver com ela; hoje quero desabafar sobre o bate-boca sobre a disseminação do j-rock neste país (bem inútil, por sinal, pois ela é inevitável). Perdoem se o tópico for "especializado" demais, mas alguém tem que falar isso.

Por que eu só me lembrei agora, se isso é polêmica entre os fãs brasileiros de cultura pop japonesa há anos? Por causa da MTV, senhores. Na sexta-feira 13 (de março), descobri uma coisa que deixou muita gente apavorada, mas não a mim: a Emetevê tem um blog sobre j-rock1 desde 12 de fevereiro.

É isso aí, música japa na MTV brasileira! Pelo menos no site. E dá-lhe fã chato entupindo os comentários do post de estreia. O argumento dessa gentalha, gentalha, gentalha, é o seguinte: eles alegam que, caso a MTV incorpore o j-rock, o mesmo se tornará "modinha", i. e., se banalizará, e gerará milhões de fãs falsos, os posers. Ou seja, mesmo a maioria de quem curte o negócio é contra a sua divulgação via MTV. Curiosamente, não foi sugerida nenhuma outra forma de divulgação… É quase como se quisessem que permanecesse underground para sempre. Achei brilhante — tanto que transformei no título — alguém comentando que a modinha não é só o j-rock, num futuro próximo, mas também, no presente, ter um orgulho imbecil de conhecer o que ninguém mais conhece e "proteger" o seu objeto de adoração do público em geral. Eis a corrosiva síndrome de underground.

Considero a síndrome muito egoísta, pois priva potenciais fãs de conhecerem a arte. Eu sou um romântico. Acho que vale a pena gerar 500 posers se forem gerados 5 fãs de verdade no processo. O que importa é apenas a quantidade de fãs verdadeiros que surgem com a divulgação em massa. Temer ser chamado de poser é simplesmente INSEGURANÇA. Ou você é modista, ou você não é, e se você não for, amigão, você não liga pra opinião pública.

Voltando aos comentários do post, uma minoria também apreciadora do gênero apoia a MTV sabendo que vai virar modinha, mas movida pelo bom senso econômico: mais divulgação de uma forma de arte barateia tudo relacionado a ela, por isso, o modismo é um pequeno preço a se pagar pela muito maior acessibildade dos verdadeiros fãs ao j-rock a camisetas, CD's, DVD's, e o mais importants, shows. Que eu saiba, já rolaram Charlotte, e depois Miyavi, e isso é só o começo… =D

Há também uma turma, maior que a minoria de cima, encalhada no discurso de ódio de que "visual kei é coisa de gay"; tal estereótipo homofóbico pode ser ignorado solenemente, não merecendo mais de quatro linhas, hehe.

Uau, que testamento! E pensar que, de j-rock, eu só ouço o mais levinho, basicamente o L'Arc en Ciel2, o Gackt e o The Yellow Monkey. Não sou chegado nos pesadões como o Gazette, o Miyavi, o Malice Mizer (que nem existe mais) e o Moi dix Mois.

  1. Porém não j-music, o que já demonstra algum preconceito.
  2. Estou cansado de chamarem o L'Arc de pop. Nada contra, j-pop é bacana — eu amo o Do As Infinity — mas o L'Arc não o é.